sábado, 18 de dezembro de 2010

A Psicologia e a Adoção de uma Criança mais Velha


http://www.caricaturaecia.com/
Ao receber uma criança adotada em meu consultório, vi a necessidade de me aprofundar no assunto e resolvi trazer um pouco desse aprendizado para os leitores do blog. Obviamente, não sou grande conhecedora do processo de adoção, mas acho que o objetivo principal do blog é o "aprender" visto pelos dois lados: o meu e o de vocês.

Acho que seria interessante falar, primeiramente, da adoção de uma maneira geral, para que vocês entendam como é feito. Aqui no Brasil, o processo já foi extremamente demorado e cansativo, mas com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, as coisas se tornaram mais simples e rápidas. Acho essencial expor essa melhora porque, como tudo em meu consultório, gosto de explorar o que há de positivo em cada situação. É claro que os obstáculos continuam existindo, mas nada que desestimule a adoção de uma maneira geral, até porque, quem realmente deseja, ultrapassa qualquer obstáculo e isso é o que mais vejo em meu trabalho, o que me deixa muito feliz.

Bom. O primeiro passo para aquele que deseja adotar uma criança, é procurar o Juizado da Infância e da Juventude, dirigindo-se à Seção de Colocação em Família Substituta, solicitando uma entrevista com os técnicos para que, assim, seja formalizado o pedido de inscrição. Lá vocês terão todas as informações necessárias sobre o processo.

É importante deixar claro que a lei não faz qualquer distinção em relação ao estado civil ou orientação sexual do adotante, mas acho que vou tratar desse assunto em outro post, por ser tão polêmico!Tenham paciência que esse será meu próximo post, o direito homoafetivo na adoção, e já estou estudando pra isso!=)

Entrando em um outro aspecto dessa questão tão complexa, posso dizer, a partir da criança que atendo, que a adoção foi muito esperada, mesmo porque é uma criança maior, que já vivia uma desesperança em relação ao processo. Foi adotada há apenas alguns anos, tendo sua esperança e fé renovadas. A mãe, apesar de um pouco perdida, lida com essa questão de forma muito positiva, impondo os limites que a criança não compreendia até então. Estou começando o trabalho com essa criança essa semana, mas pretendo trabalhar e reforçar esse limites, além da expressão dos sentimentos, que a criança também desconhecia e lida com dificuldade.

A partir desse caso específico, conseguimos enxergar que é plenamente possível a adaptação de uma criança maior e, mais do que isso, essa adaptação é extremamente necessária. Essa criança que estou conhecendo já construiu e descontruiu a esperança algumas vezes e está na fase de se encontrar, se identificar. Sendo assim, sua adaptação depende de muito amor e muita disponibilidade de todos para enfrentar a revolta e refazer caminhos que se perderam.

Até o presente momento, só tive duas sessões: uma com a mãe e outra com a criança, o que me impede de falar mais especificamente sobre esse caso. Entretanto, é possível falar do assunto, segundo a literatura, o que também é essencial!

Cintia Liana Reis de Silva, psicóloga especialista em terapia familia, diz que o maior desafio antes de adotar uma criança mais velha é o preconceito que essa prática envolve. Crenças de que a criança já esteja tranzendo traumas vividos na família de origem e na instituição de onde vem; que já tragam hábitos ou vícios cotidianos difíceis de serem “retirados”.
Diante dessa visão preconceituosa, o que tenho a dizer é que o essencial é o desejo de amar!Você deseja amar, deseja acolher?Por que, então, querer adotar somente um bebê?
O preconceito é o mais triste de tudo. Temos que mudar essa visão determinista e reducionista do ser humano, aprendendo a enxergar de maneira mais ampla e menos extremista qualquer situação que vivemos. Vamos exercitar esse tipo de pensamento?É mais um convite que deixo a vocês!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Natal sem o Papai Noel?

Foto retirada do blog http://www.salto15vermelho.blogspot.com/

Muitas crianças já sabem o que pedir ao bom velhinho e ficarão muito felizes com seus presentes na noite do Natal. Entretanto, existem crianças que nunca recebem presentes e contam com nossa solidariedade para que seus pedidos sejam atendidos.
Bom, a notícia boa ainda está por vir!Você mesmo pode ser esse "Papai Noel" tão esperado:  seu trenó te aguarda em uma Agência dos Correios de sua cidade. É simples, não é? Pegue quantas cartinhas quiser e ajude crianças carentes de sua cidade!
Em Viçosa, é só correr para a agência localizada na Praça Silviano Brandão e fazer a sua parte!
Feliz Natal a todos os leitores e obrigada pelas visitas!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

AUTO-ESTIMA INFANTIL


Foto: Stock
Hoje decidi escrever sobre a auto-estima da criança, inspirada em um caso do consultório. Estou atendendo a uma criança, inicialmente, calada, triste, tímida, mas que agora se mostra falante, alegre, extrovertida. Tudo que ela precisava era um pouco de atenção e carinho. O trabalho, então, precisa ser feito dentro de casa, com os pais, pois o “grande” problema não está exatamente na criança, vocês não acham?
Aconteceram alguns fatos, no mínimo, curiosos. Pedi a ela que desenhasse sua família. Dei a ela lápis de cor, giz de cera, canetinhas coloridas, etc, mas nada disso foi utilizado. Ela fez um desenho com traços fortes, pretos, sem cor e demonstrou falta de vontade ao fazê-lo. Na sessão seguinte, pedi que desenhasse sua escola e, para minha surpresa, o desenho foi alegre, cheio de cores, amiguinhos, acompanhado de um sorriso no rosto. É impressionante como a criança fala através do desenho, da história, do brincar.
A baixa auto-estima que essa criança apresenta está intimamente ligada ao seu relacionamento dentro de casa. Ela se apegou tanto a mim que não gosta que eu converse com seus pais, pois o tempo dela comigo diminuiria, então marco sessões separadas, em diferentes horários, com os pais, atendendo à necessidade dessa criança. Mas o meu carinho e a minha atenção não bastam e é exatamente isso que mostro aos pais. A responsabilidade no processo não é só minha, pois não posso atendê-la durante sua vida toda.
Bom, agora vamos falar da auto-estima de uma forma geral!
Como todos já devem saber, a auto-estima é a capacidade de gostarmos de nós mesmos, o que inclui tanto a imagem que temos de nós, como a imagem que acreditamos que os outros têm de nós.

Segundo Nelly Beatriz, Psicóloga e Master Practitioner em Programação Neurolingüística (PNL), nossa auto-estima vai sendo formada desde o momento do nascimento. As experiências positivas que resultam em satisfação e alegria vão compondo a auto-estima positiva. Então, a atitude dos pais e professores acerca dos sucessos ou insucessos da criança são decisivos para sua auto-estima e auto-conceito.

É muito comum encontrarmos crianças rotuladas em casa e na escola. Essas crianças são apontadas como um grande problema – “criança agressiva”, “criança bagunceira”, “criança rebelde”. Elas, muitas vezes, acabam sendo apontadas como culpadas por tudo o que acontece de errado, mesmo que não tenham culpa. Como eu já disse em outro “post”, o ideal é explorar o potencial dessas crianças, o que têm de positivo.

Maria do Rosário Silva diz que se os pais opinam sempre a partir de uma perspectiva negativa para os filhos, taxando-os como incapazes, só vão contribuir para que neles se forme uma imagem “pequena” e negativa de seu valor. Se os amigos agirem da mesma forma, é certo que teremos uma pessoa com baixa auto-estima.

Para ajudar essa criança a criar bons sentimentos é muito importante elogiá-la e incentivá-la para que ela veja que é capaz de muita coisa. É importante que o elogio seja merecido, pois a criança sente se o mesmo foi sincero.

Com uma auto-estima elevada, a criança conseguirá enfrentar seus aspectos desfavoráveis, será mais ativa, fará amigos com maior facilidade, se sentindo mais confiante e feliz.

Lembrem-se, pais, é muito importante permitir que a criança expresse seus sentimentos, sendo negativos ou positivos. Se a criança sente, é porque tem razões para isso e esse sentimento precisa ser partilhado.

O mundo atual exige muito dos pais e das crianças. É comum chegar cansado de um dia de trabalho e descarregar esse cansaço na criança, mas é necessário um momento com seu filho, que seja apenas 20 minutos por dia.

O que quero deixar de mensagem hoje é: Entre no mundo do seu filho, brinque com ele, dê a ele a atenção que merece, pois ele só está aqui por responsabilidade ou irresponsabilidade de vocês, pais.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O adolescente e a ansiedade


Estou com dois pacientes em meu consultório que sofrem com o mesmo problema: ansiedade com o vestibular, como consequência da pressão da família, dos amigos e, principalmente, do paciente sobre ele mesmo.                                                                              

Se pararmos para pensar nos adolescentes que enfrentam o vestibular, conseguimos enquadrá-los em 3 grupos: aqueles que não se prepararam de forma adequada e, consequentemente, apresentam chances remotas de conseguirem aprovação; os que têm um desempenho razoável durante a escola e, com isso, têm chances razoáveis de passar; e aqueles que sempre foram bons alunos e estão preparados para encarar o desafio.

De qualquer forma, a ansiedade pode surgir em qualquer um dos três grupos já citados. Porém, o terceiro grupo, no qual se enquadram meus dois pacientes, experiencia a ansiedade de uma maneira diferenciada, pois, além de se angustiar com a competição, sofre uma cobrança muito maior dos familiares, amigos e dele consigo mesmo, justamente pela história de vida escolar. Esses adolescentes do terceiro grupo sempre foram ótimos alunos, os melhores da sala, com as melhores notas e, com isso, a expectativa das pessoas é cada vez maior, o que aumenta a ansiedade.

Segundo Ivan Izquierdo, “Em circunstâncias de estresse ou ansiedade elevada, a glândula supra-renal secreta corticóides, que agem diretamente sobre o cérebro e bloqueiam o mecanismo de evocação".

Quem tem alguém na família, que vai fazer vestibular, já sabe. Todos acabam se envolvendo com a prova e entram em uma grande aflição junto com o aluno. Calma, galerinha! O nervosismo não ajuda em nada! Isso só faz com que a tensão aumente, juntamente com o medo. A cobrança do vestibulando com ele mesmo já é suficiente para tornar sua vida um martírio.

Essa ansiedade que persegue meus dois pacientes, posso garantir, não é uma ansiedade patológica e sim situacional, advinda somente desse momento que estão vivendo. Ao pesquisar a história de vida de cada um, vejo que são pessoas comedidas, calmas, responsáveis, mas que, nesse momento, se deparam com um sentimento diferente daqueles que costumam vivenciar.

Diante disso, converso bastante, tentando descobrir o que há por trás desse medo e dessa ansiedade, trabalho com algumas técnicas de relaxamento, característica marcante da Gestalt-Terapia e, por fim, dou algumas dicas simples que já estamos acostumados a ouvir: "Evitem atividades que aumentam o nervosismo."; "Regulem seu sono, tendo hora certa de dormir e de acordar."; "Conheçam o local da prova com antecedência."; "Tentem se afastar de pessoas que tiram sua concentração."; "Tenham momentos de lazer."; "Pratiquem alguma atividade física pelo menos duas vezes na semana."; "Controlem a alimentação e optem por alimentos leves e saudáveis.".

No mais, o que tenho a dizer é boa sorte aos vestibulandos e que Deus os abençoe!=)


domingo, 28 de novembro de 2010

PALESTREI !=)

foto retirada do blog http://luisinha-anjo-sem-asas.blogspot.com/



Fui convidada a ministrar minha primeira palestra!


No dia 27/11/10, no departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa, falei sobre as crianças especiais no lançamento da Associação "Um Minuto Pela Vida".


Fiquei muito aflita , mas resolvi aceitar o convite, encarando-o como mais um desafio para a minha carreira!É uma aflição gostosa, uma ansiedade que movimenta!
Como é gostoso preparar algo sobre um assunto que motiva e emociona. Me apaixonei pelo assunto ainda mais!
Quando ainda estudava na Universidade Federal de São João Del Rei, estagiei em uma clínica chamada Helianto Aplicar, onde residiam meninos autistas de todas as idades! Trabalhávamos com a Psicologia Comportamental e o resultado era bastante satisfatório. A partir de então, me encantei ainda mais com o universo infantil e hoje me deparo com esse desafio de palestrar!


Então, desde já, agradeço aos pais, estudantes e profissionais presentes e, principalmente, à Juliana pelo convite tão especial.
Resolvi tratar de 2 aspectos principais: a vinda de uma criança com deficiência na família e os aspectos importantes dessa experiência para a constituição psíquica da criança; e a importância do acompanhamento terapêutico, tanto para a criança como para a família, a fim de se reconstituir o vínculo familiar quebrado na descoberta do diagnóstico do filho que acaba de nascer.
Onde começam os processos de inclusão?Primeiramente, na família. Uma família que se preparou para receber uma criança perfeita, sonhada, idealizada e que, de repente, se depara com outra criança, que precisa, então, receber um outro lugar onde ela possa se reconhecer enquanto membro dessa família.


Segundo D'Antino (1998) a família é o primeiro e mais importante “berço” do indivíduo, tendo como função original satisfazer todas as necessidades físicas, afetivas e sociais da criança, cumprindo também, a função mediadora entre a criança e o mundo social.
Por que o primeiro processo de inclusão é feito justamente na família? Se há preconceito e rejeição dentro da própria família, como será que essa criança vai lidar com os outros processos de inclusão, como na escola, por exemplo?
Ao invés de focar nos prejuízos da deficiência, explorem o potencial de seus filhos. É exatamente assim que eu trabalho em meu consultório, independente da criança ter ou não algum tipo de deficiência. A minha intenção é sempre reconhecer e explorar suas potencialidades e eu acho que é aí que está o grande segredo para os pais.
Também falei um pouco do BRINCAR na terapia e citei alguns exemplos de consultório sobre como a criança revela coisas incríveis a partir da brincadeira, trazendo aquilo que ainda não é capaz de elaborar. A criança fala através das cores, dos desenhos, dos personagens que fantasia em suas histórias, mostra através dos jogos como lida com as regras e com o fato de perder algo, o que reflete também em sua vida.


Procurei dar algumas dicas para os pais, obviamente deixando claro que não há uma maneira universal e correta de criarem seus filhos, mas tentando alertá-los para alguns pontos que são mascarados pela deficiência. Contei com a ajuda de uma matéria publicada pelo site da UOL, de Michael Meyerhoff, Ed.D (fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/necessidades-especiais-infantis3.htm). Se for do interesse de vocês, dêem uma olhadinha na matéria, pois achei bem interessante.
Para finalizar a palestra, falei um pouco do assunto tão polêmico dentro desse tema, mas que não poderia deixar de falar: a INCLUSÃO.  E sobre a forma de viabilizar a inclusão, não tenho uma resposta, mas sei que um passo seria olhar para dentro de nós, para as nossas próprias diferenças, para assim conseguirmos enxergar o outro de uma maneira mais humana. A partir disso, talvez possamos pensar em algum tipo de evolução.
Tentei levar o meu discurso para o lado da humanização e da sensibilização e, felizmente, deu muito certo!Então, só tenho a agradecer a todos que estiveram presentes!=)

sábado, 27 de novembro de 2010

PALESTRA HOJE!!!

Hoje haverá um evento em prol do lançamento da Associação Um Minuto Pela Vida, no auditório do Departamento de Economia Rural, localizado na Universidade  Federal de Viçosa(UFV). O evento ocorrerá às 17 horas.


Serão ministradas algumas palestras e fui convidada, como psicóloga, a palestrar sobre as crianças especiais. Falarei, especificamente, da chegada de um bebê com deficiência na família e os aspectos importantes dessa experiência para a constituição psíquica da criança; além da importância do acompanhamento terapêutico, tanto para a criança quanto para a família.


No próximo post, contarei como foi!;) Orem por mim, por favor, pois estou com um friozinhoooo danado na barriga!rsrs...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Responsabilidade: ponto forte da terapia!

"...Ninguem é responsável, exceto você. Esta é uma das verdades mais duras de aceitar, mas uma vez que você a aceita, ela traz grande liberdade, cria um enorme espaço. Porque através disso, uma outra possibilidade imediatamente se abre: 'Se eu sou responsável, então posso mudar. Se eu não sou responsável, como posso mudar? Se eu estou fazendo isso a mim mesmo, então isso dói, mas traz também uma nova possibilidade - posso parar de me ferir, posso parar de ser infeliz'..."
(Osho)


Vamos levar nossos clientes  a se perceberem, se conhecerem e reconhecerem seus próprios limites, ajudando-os no caminho para a AUTO-SUFICIÊNCIA...
O que será que o impede de SER e de vivenciar o presente?O que o impede de se conscientizar?Será um passado inacabado?
Vamos levá-los ao reconhecimento de seus recursos atuais, mostrando-lhes quantas possibilidades de escolhas podem estar mascaradas pelos sintomas!
Que tal transformar seus pensamentos sobre o passado em AÇÕES no presente?
Precisamos restaurar a cada dia o contato conosco, com o nosso interior, para que, assim, consigamos lidar com o mundo e com o outro.
O que será que há por trás da dor trazida pelo cliente?Vamos pensar mais sobre isso..leve-o à reflexão. Será que ele mesmo não interrompe algo que precisa ser vivido e isso traz essa dor?
Vamos dar ao paciente a oportunidade de ser ele mesmo, vivenciar a si mesmo!
O adoecimento pode ser bom ou ruim, o que depende somente de como o indivíduo experiencia esse processo.
Vamos refletir, amigos psicólogos!Esse é o meu convite!
(Ana Luiza Rigueira)



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mãozinhas que "roubam"

foto retirada do site http://familia.sapo.pt/



Essa semana uma pessoa veio me procurar pedindo uns conselhos sobre seu filho de 6 anos. Ele anda roubando objetos em todos os lugares que vai: escola, casa dos avós, casa dos tios...
O que mais me chama a atenção é o roubo de objetos inúteis, sem a menor importância, o que mostra que seu prazer está na compulsão em pegar algo que é do outro e não em usufruir do que pegou.
Ao ler alguns artigos, vi que existem algumas explicações para o que anda ocorrendo com ele, mas é importante que a gente não generalize, pois cada criança tem sua individualidade. 
A psicanálise, que não é o meu forte, diz algo sobre a criança estar em busca de uma pessoa(a mãe-seu objeto de desejo que foi perdido), agindo segundo uma fantasia que pertence aos seus impulsos primitivos de amor, pois perdeu um pouco do contato com a mãe(diminuiu, até com a presença de um irmão mais novo, por exemplo). A mãe pode ou não estar presente, pode ser uma mãe perfeitamente boa e capaz de dar amor ao filho(que é o caso dessa pessoa), mas, do ponto de vista da criança, ainda falta algo(é como se "roubar" fosse uma ação compensatória).
É importante também que o assunto seja levado a sério.Achar o fato engraçado ou humilhar a criança com brigas na frente das pessoas pode reforçar o comportamento ou envergonhar a criança, o que não é aconselhável.
Um outro fator essencial é que se fale pra criança sobre as consequências disso, de como a pessoa que perde seu objeto se sente mal (EX: "como você se sentiria se pegassem algo que é seu?") e que se obtenha dela um pedido de desculpas. E não basta obrigá-la a devolver o objeto furtado, os pais devem ajudar porque se trata de um processo humilhante.
Contar a história repetidamente, especialmente em público, também não é bom e pode ser considerado até desleal. Sempre deve-se discutir esse assunto longe dela.
É importante que se perceba a causa do "furto" e quanto mais cedo se intervir, maior a probabilidade de a intervenção ser eficaz e de não descambar numa cleptomania futura.(Não quero assustar ninguém, mas é uma possibilidade pra qualquer pessoa, independente da classe social). 
O ideal é que consigamos enxergar o lado positivo(algo normal da infância), mas também precisamos enxergar as possibilidades negativas e que isso nos movimente.